A nova rotulagem de alimentos e bebidas, atualizada no Brasil em outubro de 2022, já está afetando o comportamento dos consumidores.
A nova legislação inclui a rotulagem nutricional frontal, e os produtos lançados após outubro já deveriam estar em conformidade com a nova regulamentação, enquanto os itens já disponíveis no mercado têm de um a três anos para se adequarem às novas regras.
Mas, afinal, o que muda e como essa nova regra pode afetar, na prática, o consumo dos brasileiros? Para entender melhor este assunto, acompanhe a seguir o conteúdo que o blog da MasterSense trouxe para você!
O que muda na nova rotulagem de alimentos e bebidas?
Como citamos acima, a recente mudança trouxe a rotulagem nutricional frontal. Ela nada mais é do que informações sobre a quantidade de açúcares, sódio, gorduras saturadas e calorias no produto de forma clara e de fácil entendimento ao consumidor.
Além disso, há a obrigatoriedade de informar a presença de ingredientes que podem causar alergias e intolerâncias alimentares nos rótulos dos alimentos.
Informações nutricionais e a preocupação com a saúde
Uma razão para indicar o porquê destas mudanças está justamente atrelada ao comportamento do consumidor e sua preocupação com a saúde.
De acordo com dados da Kantar, um terço dos consumidores latino-americanos estão engajados em ter uma vida mais saudável e têm mudado seus hábitos alimentares, com 66% deles lendo os rótulos dos produtos alimentícios. O açúcar, o sódio e as calorias são as principais preocupações dos consumidores na região, com 22%, 19% e 18% dos entrevistados, respectivamente, citando esses nutrientes como fatores de preocupação.
Os países vizinhos do Brasil já implementaram leis semelhantes de rotulagem nutricional frontal, e essas mudanças levaram a novos comportamentos de consumo.
No curto prazo, cerca de metade dos chilenos e quase um terço dos equatorianos que começaram a olhar para os produtos com os novos rótulos mudaram seus hábitos, abandonando ou reduzindo a frequência de compra de certos itens.
No Equador, os chás prontos foram os mais afetados, com uma queda de 7 pontos de inserção após a implementação do novo rótulo. Antes da lei, esses chás eram considerados uma opção saudável em comparação com os refrigerantes, mas após a aplicação do novo rótulo, os consumidores perceberam que as categorias apresentavam os mesmos níveis de açúcares. No Chile, os biscoitos doces tiveram uma retração de 9% em volume após a nova lei em 2015.
Além disso, a nova lei impulsionou o segmento de alimentos e bebidas com baixo teor de açúcar e calorias em ambos os países. No Equador, houve um aumento na penetração de refrigerantes com baixo teor de açúcar (+3 pontos percentuais), biscoitos saudáveis (+2 pontos percentuais) e cereais com baixo teor de açúcar (+2 pontos percentuais). No entanto, no longo prazo, os produtos afetados pela nova regulamentação se recuperaram, principalmente nos países com níveis socioeconômicos mais elevados.
A Kantar enfatiza que será crucial verificar se as marcas não perdem visibilidade nas prateleiras que são importantes para os consumidores. Além disso, haverá uma grande oportunidade para os produtos que buscam entrar em categorias já saturadas, aproveitando a oportunidade para se posicionar como uma opção mais saudável ou se tornar o produto substituto ideal dentro da cesta.
Como a nova lei de rotulagem de alimentos interfere no consumo?
Sendo assim, como essa nova rotulação de alimentos e bebidas pode impactar o modo de consumo dos brasileiros? Afinal, o Brasil é um país com uma grande diversidade cultural e uma alimentação bastante variada, o que torna difícil prever como os consumidores reagirão à mudança a longo prazo.
Segundo especialistas, a expectativa é que haja uma mudança gradual no comportamento de consumo, com os consumidores se tornando mais críticos e exigentes em relação à qualidade e à composição dos alimentos que consomem. Além disso, a tendência é que haja uma maior procura por alimentos e bebidas com menos açúcar, sal e gordura, e uma maior valorização de produtos naturais e orgânicos.
Essa mudança pode ser especialmente importante para o combate à obesidade e outras doenças crônicas, que estão se tornando cada vez mais comuns no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais da metade da população brasileira está acima do peso, e cerca de 20% sofrem de obesidade. Com a nova rotulagem, espera-se que os consumidores se tornem mais conscientes dos riscos para a saúde de uma alimentação inadequada e tomem medidas para mudar seus hábitos alimentares.
Para as empresas, a nova lei de rotulagem de alimentos pode representar um desafio, mas também uma oportunidade para inovar e se destacar no mercado. Com a mudança no comportamento do consumidor, é esperado que haja uma maior procura por produtos saudáveis e naturais, o que pode incentivar as empresas a investir em novas tecnologias e ingredientes mais saudáveis.
Como as empresas irão se adaptar a essas mudanças?
Outra questão que deve ser considerada é como as empresas irão se adaptar a essas novas regras. A mudança nos rótulos pode afetar diretamente a forma como os produtos são produzidos e comercializados, e algumas empresas já estão investindo em reformulações para se adequarem às exigências.
Além disso, o novo rótulo também pode criar oportunidades para as empresas que já produzem alimentos e bebidas saudáveis, uma vez que a rotulagem nutricional frontal pode ajudar a destacar esses produtos nas prateleiras.
E essa é uma afirmação com total base no atual comportamento do consumidor latino: de acordo com a pesquisa da Kantar, 60% dos latino-americanos concordam que é importante consumir alimentos saudáveis, e 49% afirmam que estão dispostos a pagar mais por esses produtos.
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A mudança no rótulo de alimentos e bebidas no Brasil representa um passo importante para que os consumidores tenham acesso a informações mais claras e precisas sobre os produtos que consomem.
Com essa medida, espera-se que as pessoas possam fazer escolhas mais conscientes e saudáveis, e que as empresas do ramo alimentício sejam incentivadas a produzir alimentos mais nutritivos e benéficos para a saúde.
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